António Sérgio (1950-2009)

Fica-se sem palavras. Morreu o Mestre. Vítima de ataque cardíaco, morreu o John Peel português que nos deu tanta boa música a conhecer. Não deve haver quem, na minha geração e nas seguintes também, não lhe esteja reconhecido por tudo aquilo que nos trouxe.

Ficam os comentários absolutamente comoventes que gente anónima está a deixar no blog da Radar e nos vários sites dos meios de imprensa que podem comprovar (como se fosse preciso) a importância que o Mestre teve para tantos de nós.

Fica a memória das horas roubadas ao sono a ouvir verdadeiros programas de autor como Rolls Rock ou Som da Frente na década de oitenta.

Ficam as cassettes manhosas com as gravações dos seus programas que ainda mantenho. Ficam os vinis dos The Cure, Bauhaus, Teardrop Explodes, Joy Division, The Sound, The Comsat Angels, The Psychedelic Furs e tantos, tantos outros.

Face à qualidade da rádio que (não) se faz em Portugal, António Sérgio estava na sua Rádio. A Radar vai passar, esta semana, as últimas emissões de Viriato 25, o seu derradeiro programa, gravadas ainda este sábado.

O farol que me iluminava musicalmente apagou-se. António Sérgio é insubstituível. Obrigado por tudo António.